domingo, 27 de abril de 2008

De repente...

De repente...
Um estrondo!
Um momento...
De repente, mil conversas...
Que instantaneamente se transformam em promessas!
Um toque...
Levou este coração a reboque...
num turbilhão envolto em sensações...
Mil tardes de verão...
E nascida estava esta paixão!
Um pôr-do-sol...
Um anoitecer...
A falta causou o entristecer!
A falta levou à saudade!
Um telefone calado
E o mundo pareceu parado...
Uma carta recebida...
Uma emoção devolvida!
De repente, o amor...

sábado, 26 de abril de 2008

Perguntas para certeza

Alguma vez te sentiste arrebatado?
Alguma vez adormeceste de sorriso na cara?
Alguma vez sentiste-te amado?

Amor, palavrão enorme dentro de um copo...
Se pudesses bebias tudo o que isso te dá...
Amor e o que dela queres, o corpo...

Vives confuso tentando definir...
Queres um nome para o que ela te faz...
Preocupaste-te demais e esqueceste-te de sentir!

Permaneces sentado na praia a pensar...
Pensas nela e nos vossos momentos passados...
Como ela foi capaz de te amar?

Tu que fugiste...
Reservaste os sentimentos numa caixinha...
Tu que escondeste...

Temias a exposição...
Não querias que soubessem...
Recusaste aquele coração...

Na praia permaneces a pensar...
Em tudo o que passou...
E se ela algum dia irá voltar?

Em ti permanece o seu cheiro...
No teu coração, o vazio...
Nas ruas vagueiam almas como a tua...
Por isso pergunto-te para lhe dar a certeza....

Alguma vez sentiste tudo isto....
Será que isso foi algum dia amor?

Jogo

Os dados rolaram e as cartas estão na mesa...
Prometo que não vou fazer batota...
E deixo que a sorte me leve pela certeza...
A certeza dos nossos dias e devaneios...

Nós que utilizamos um diálogo estranho...
Com figuras de estilo variadas,
pretendendo apenas dizer "Gosto de Ti"
Dessimplificamos a expressão
e fazemos dela o nosso código secreto!

Deixamos que os gestos tomem conta do que queremos dizer!
Deixamo-nos adormecer agarradinhos, porque sabemos...
Sabemos que isso é mais do que uma palavra!

Entretanto, tu foges e dizes que não...
Partes o meu coração e matas qualquer ilusão!
Mas depois voltas a usar o nosso código secreto...
Aquele olhar reservado apenas para nós...
O nosso toque...
Eu impaciente fico...
Mas não faço nada...

Não faço nada, porque os dados já rolaram em cima da nossa mesa...
Escrevendo o nosso destino e por isso não quero fazer batota...
As cartas foram dadas... E o nosso jogo decidido.
Por isso não faço batota...
E espero... porque o jogo, apenas, agora começou!

Amor - Cazuza

"O amor é o ridículo da vida.
A gente procura nele uma pureza impossível.
Uma pureza que está sempre se pondo, indo embora.
A vida veio e me levou com ela
Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que se nos persegue
Bonita e breve como borboletas que só vivem vinte e quatro horas
Morrer não doi!"

Quantas vezes...

Tanta coisa que se faz...
Tanta coisa feita...
Quantas vezes desejaste voltar atrás?
Quantas vezes eu quis voltar atrás...
O telefone permanece silencioso e quieto...
Como queria ouvi-lo tocar apenas por um momento!
Receber uma notícia tua
e poder lembrar aquele nosso tempo...
Tudo perdeu a graça, até aquela rua...
A rua que viu-nos tantas vezes a rir...
Pergunto-me como estás...
Sei que perguntaste por mim...
Eu estou bem, sim!
Mas mesmo assim queria voltar atrás...
Estar na minha casa, contigo do meu lado...
Dizer palavras bonitas e fazer-te sentir amado.
Quantas vezes quis voltar atrás...
Quantas vezes...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Sem rumo e sem aviso.

Acordaste naquele dia... Adiaste o desejo de um bom dia, esqueceste-te perguntar como estava a ser a tarde de trabalho... Nem notaste que naquele dia ela não te tinha ligado, com um motivo tolo qualquer porque apenas queria ouvir a tua voz!
No dia seguinte, quando acordaste intuitivamente colocaste a mão no espaço vazio da tua cama... aquele espaço que podia ser dela. Desejaste um bom dia e retornou-te silêncio. Perguntaste como estava a ser a tarde de trabalho e novamente recebeste o silêncio. Não houve motivo tolo e o teu telefone permaneceu calado, sem te trazer qualquer prova da vida dela.
No dia seguinte, aconteceu o mesmo. Perdeste o medo, foste bater à porta dela... Não estava ninguém na primeira vez... Ficaste lá fora sentado... Até aparecer alguém, até abrirem a porta... até te dizerem que ela já não vivia mais ali! "Ela foi morar para o estrangeiro, foi tudo muito repentino. De uma hora para a outra, saiu daqui de manhã com as malas e pediu-me para dar o gato a uma amiga. Não se despediu de ninguém... apenas foi embora."
De repente, não conseguiste perceber mais nada... Apenas ficaste com a certeza que ela tinha ido embora com o coração na mão e as lágrimas na cara... Desejaste ter dito o que não disseste.... desejaste apenas que ela voltasse...

Sem rumo, sem aviso...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Despedida de faz-de-conta

Aquilo que te escrevo é apenas um conjunto de palavras, que por mais que se elevem em descrições exactas e uma clara explicação não será fácil de perceber...
A chuva continua a cair na minha janela e fico à espera de ter coragem para te dizer isto...
Mas como a boca, os meus dedos vacilam e teimam em encontrar a palavra certa, esperando ganhar tempo para que tu percebas tudo o que nos envolve e assim me impeças de vir embora!
Mas está na hora... sinto o meu coração sozinho, a minha alma desprotegida da tua que sempre a envolveu... Sinto o meu olhar perdido no tempo mesmo quando estás do meu lado. Na verdade, há algum tempo que não estás verdadeiramente do meu lado...
Há algum tempo que as tuas palavras ficaram duras e secas... Há muito que o teu abraço perdeu o sentido de protecção e de aconchego...
Por isso mesmo, acho que está na hora de te dizer que vou embora, que saio daqui um pouco mais leve porque vou deixar de fazer de conta.
Não quero continuar a aceitar uma realidade que já só é de faz-de-conta e que deixou de ser faz-de-conta e cor-de-rosa...
As pessoas que me rodeiam dizem-me para eu seguir em frente... mas mais uma vez é dificil demais dizer adeus... Fechar mais uma caixinha de sonhos! Mas sei que o tenho que fazer e por isso meu pequeno raio de sol de tempos... vou embora.
Não sou corajosa nem me envaideço por ir embora atravês de um papel com algumas frases que por certo não irás entender! Eu, própria, não entendo... Mas sinto que está na hora, pois fiquei tempo demais a acreditar em algo que já nem em sonhos acontecia...
Perdemos a magia dos primeiros tempos, a vontade dos segundos, a persistência dos terceiros e apenas nos restou a acomadação e a falta de cor dos últimos.
Apenas te digo que vou embora... não sei para onde vou, quando e se volto, sequer como vou... Apenas vou...
Sair por esta porta de mala na mão vai ser decerto a dor mais afiada que algum dia irei sentir... Levo meia dúzia de peças de roupa, mas o que levo mais presente comigo são as lembranças de ti e de nós...
Esquece, já não digo nada concreto e coerente...
Por agora, resta-me dizer... Até um dia! Quem sabe a vida encarrega-se de fazer com que nos encontremos de novo... Quem sabe....

domingo, 13 de abril de 2008

Aqui...

Não há principios básicos para se conquistar um coração ou uma alma... Não há gesto forçado que conquiste um verdadeiro soror riso! Não há mágoa pensada nas lágrimas verdadeiras no rosto de alguém!
Por mais que se tente e se esforce, as coisas acontecem num ritmo natural e qualquer manipulação à naturalidade dos acontecimentos, corrompe sentimentos e palavras ditas!
Por isso digo-te que te quero do meu lado, se tu quiseres... Quero-te do meu lado quando te lembrares de mim logo pela manhã... Quero-te do meu lado, quando adormeceres comigo e sem que eu realmente esteja do teu lado! Quero-te do meu lado quando a minha ausência te fizer sentir os dias mais lentos e intermináveis! Quero-te do meu lado quando souberes que podes sorrir do meu lado porque realmente é a meu lado que queres sorrir!
Para isso tudo não farei nada... Deixarei que os dias e a vida se encarreguem disso tudo, com uma certeza que pode me enganar e deixar-me eternamente aqui à tua espera! Ficarei aqui sentada a ler um livro, aquele livro que ainda estava a ler quando te conheci! Ficarei aqui sentada a ver os filmes que fomos criteriosamente, ou não, escolhendo. Nunca atinamos com isto dos filmes... tu gostas de filmes com uma mensagem de vida tristes e reais e eu gosto de comédias porque sei que de tristezas estão cheios os dias e que preciso tanto de viajar e alienar por uns minutos.
Fico aqui, seguindo com a minha vida... Continuando a rir com as amigas, a dar daqueles meus conselhos de que todos os homens são iguais - principes por todo o lado. E na verdade só queria encontrar novamente aquele sapinho, de cavalo branco que come fardos de palha e torrões de açúcar! Continuarei aqui a tentar conseguir um lugar profissional ao sol.... aqui, a sair com as amigas naquelas noitadas em que os homens não podem participar... nas noitadas com os amigos todos reunidos, fazendo aquelas tonteiras que são as nossas piadinhas privadas! Continuarei a ir às aulas da faculdade, às vezes atenta... outras vezes, num planeta só meu! Continuarei a resmungar com os condutores que insistem em colarem-se à traseira do bolinhas... a resmungar com os espertalhões da estrada... Ficarei por aqui com as minhas manias da limpeza e a dizer a toda a gente cá de casa que temos que ser limpos e organizados e que me recuso a viver na desorganização!
Continuarei a querer comer pêssegos a meio da noite, quando sei que se estivesses aqui querias salsichas dentro de um pão com maionese e queijo... Continuarei aqui com esta almofada, que mesmo sendo terrível, deixo no teu sítio de dormir! Tu que dormes com a almofada terrível para eu poder dormir com as minhas duas almofadas e não acordar com dores no pescoço! Continuarei aqui, neste mesmo sítio... ficando à espera de perder os cobertores durante a noite e que tu mesmo a dormir me cobras para que eu não fique com frio!
Ficarei aqui neste mesmo sítio... a acordar sempre tarde, a sair rápido de casa porque já vou atrasada e a imaginar que já te deixei tantas vezes no metro, que fica a caminho do meu trabalho e tão pertinho de minha casa.
Aqui neste sítio, ouvindo aquela musiquinha que me dedicaste mesmo sabendo que eu não gostava dessas coisas... e que mesmo assim, sorri com ternura, porque acredita que me tocaste! Aqui neste sitio, onde passamos uma noite em claro à procura de alguma maneira de irmos viajar sem pagar nada... aliás de escrevermos algo em conjunto, porque era isso que queriamos!
Neste sítio, onde li-te as minhas histórias, como esta que escrevo... sabias que foste a primeira pessoa a quem as li? Sempre as deixei aqui para alguém, quem quisesse, as ler... Mas nunca as tinha lido a ninguém... Tu que me perguntaste se já tinha escrito alguma coisa sobre os momentos que estavam a nos acontecer...
Aqui... mesmo que isto tenha sido rápido demais e que não estejas e nem queiras estar preparado... aqui, mesmo sabendo isso tudo... Aqui esperando que a vida passe e revele o que por aí vem...
Aqui :)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Texto incompleto

Pensei durante dias e dias!
Pensei em tudo isto que me aconteceu! Quando menos esperava, tu surgiste com esse teu sorriso de menino malandro e cheio de respostas para as perguntas que trazia no meu peito!
Sim, eu penso com o coração e tu de coração respondeste-me!
Observei durante dias e dias as pessoas, pelas quais ia cruzando-me!
Observei tanto e nem vi-te aproximar! Quando menos acreditava, tu surgiste com palavras envolvidas nesse teu olhar. Esse teu olhar que desvenda o meu e deixou-te espreitar para tudo o que trazia dentro desta caixinha. A minha caixinha que é este meu peito cheio de perguntas... Este meu coração que é o dono da minha razão...
Falei durante dias e dias com o mundo!
Falava para aquela amiga que me conhece de cor e de repente já só te ouvia... Chegaste com aquele discurso tranquilo que te caracteriza e que sabia, com toda a certeza, de que eu iria ceder a tudo o que tinhas para oferecer.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Surpresa inesperada

Quando menos esperas, quando menos acreditas e quando menos querias, as coisas acontecem!
És atingido como um raio, sem saber ao certo o motivo pelo qual foste atingido. És levado pelo vento descontrolado que desarruma a tua vida e instala algo próximo do caos.
É nessa altura em que estás completamente desprevenido que tudo acontece e que tudo te surpreende. É nessa altura que aquela menina de olhar vivo, discurso rápido e meio irónico meio sarcástico e de sorriso imenso te arrebata para um lugar que pensavas que tinhas esquecido!
Vives dias à velocidade da luz envolvido naquele charme e sentes o que pensavas ter esquecido. Estavas sozinho e estavas bem assim, porque tinhas que ser levado para o meio da confusão? Confusão para a qual essa mesma menina levou-te e envolveu-te nas suas fantasias de paixão e sentimentos! Tu que não querias sentir nada nem queres, vês-te envolvido em toda aquela emoção em que ela vive todos os dias...
Sem querer começas a partilhar sonhos com ela, a dormir agarradinho, a desejar secretamente que ninguém destrua o vosso mundo...
Mas quando sais do vosso mundo, tudo muda... As vozes que te rodeiam lembram-te de momentos tristes que passaste porque no passado outra menina como aquela foi embora e não avisou! As vozes que te lembram de que esse charme vai passar e que és apenas o novo brinquedo daquela menina perfída e maquiavélica... As vozes que te lembram que essa menina um dia te vai sugar todo o ar e liberdade que tanto aprecias!
Momentos depois, ela volta a abrir-te a porta do vosso mundo e tu sentes medo! Medo, natural de sentir pois não sabes o que virá amanhã nem depois de amanhã e desejarias saber... Medo pois sabes que ela vai perder o encanto e vai encontrar os defeitos à superfície.
Foges e não queres saber mais do vosso mundo e deixas ali a menina de olhar vivo.
E eu que a vejo, digo-te... A menina de olhar vivo já não o é! Agora essa menina que tu conheceste tem o olhar triste e vago, o discurso parado e o sorriso esforçado... Vejo-a sentada naquele banco onde a conheceste, acho que fica ali à tua espera! Acho que ela quer-te encontrar ali como na primeira vez... Acho que ela ficará ali mais algum tempo!
E tu? foges... mais uma vez, com medo e com a incerteza de uma história que te poderia ter feito chorar, mas que, também, te faria sorrir decerto!

domingo, 6 de abril de 2008

120 minutos

O cabelo caia-lhe pela cara...
Olhar baixo e sem expressão...
Estava sentada naquela esplanada há duas horas...
Tinha ido lá para pensar mas ela não conseguiu mais senão alienar-se de tudo!
Deixou de ouvir as vozes das pessoas sentadas mesmo a seu lado!
Deixou de ficar irritada por ouvir as buzinas dos carros perdidos no trânsito...
Deixou de sentir o sol a queimar-lhe a pele!
Ficou ali sentada...
Deixou-se absorver no vazio dos seus pensamentos...
Esvaziou o peso do seu coração naquelas duas horas...
120 minutos de vazio...
120 minutos de vazio, onde conseguiu deixar de chorar!
120 minutos, onde parou de lembrar e de sentir aquela dor tremenda...
Se ela pensasse, decerto estaria a questionar-se sobre o porquê de não ter aproveitado mais os mesmos 120 minutos com ele...
120 minutos onde seria capaz de dizer tudo o que sentia... 120 minutos onde poderia dizer que iria sentir a sua falta...
Ele partiu, sem querer... Ele não ouviu, nos 120 minutos, ela sussurar-lhe o quanto gostava dele!
Se ela apenas tivesse esses 120 minutos...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Sentidos

Sente o sol a tocar a tua face e a aquecer a tua pele e coração!
Sente o vento refrescar nas horas de maior calor, aquele vento que passa suave e parece que conta um segredo!
Sente a chuva que cai no teu rosto e que agarras com a palma da mão... Aquela chuva, daquele dia em que nos despedimos.
Sente a neve a aquecer as tuas mãos e a servir como motivo de brincadeira... Para esqueceres aquele dia de chuva!
Sente o paladar dessa comida exótica que estás a experimentar pela primeira vez e não feches os olhos. Não o faças porque vais lembrar das minhas promessas em te levar a esse mesmo restaurante com essa mesma comida exótica.
Sente as notas daquela música nova que toca na rádio e esquece aquela música dos nossos momentos... porque vais sentir novamente a chuva!
Sente tudo menos os dias passados e as lembranças dos mesmos... Sente o teu presente e o teu futuro, apagando-me a mim o teu passado!